terça-feira, 21 de abril de 2009



BEIJOS ALADOS




O adeus que nos separou, meu doce amor,

não se anunciou num beijo alado,

como tantos que criámos, lado a lado,

e lançámos, passarinhos, em voo e cor...




Esse adeus que te levou, amor tão meu,

abandonou-me, rasgada em mim, de ti perdida,

andorinha presa no Inverno, de asa ferida,

que desespera por não saber chegar ao Céu...




Cruel adeus, que me tomou em vil traição,

e me levou os beijos ternos que te ensinei...

como vivo sem os beijos que te dei,

se com eles foi também meu coração?...




Olhos meus, que de chorar-te me secam frios,

moribundos, que sem morrer, me vivem tristes...

Meu amor, do paraíso onde sei que existes,

lança-me um beijo, passarinho, mesmo que em pios...




Tomá-lo-ei, com mil carinhos, na minha mão,

Cuidá-lo-ei, com zelos mil, de mãe estremosa,

E aos meus lábios o levarei, botão de rosa,

Ânsia de alento, pulsar que volta a um coração!








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