segunda-feira, 25 de outubro de 2010

MEUS OLHOS (A)MAREJADOS

As águas dos teus olhos eram doces,
corriam ao sabor do meu enlevo
em olhares adornadas d'arcos de íris
- antecâmaras dos nossos abraços...

As águas dos meus olhos eram chuvas
mansas, em descuido ímpio de Osíris,
uniam-nos crentes nós, cegos laços
- da Vida te esperava eterna posse...

As águas do teu rio eram tão doces,
que na foz me amargaram o beijo último
- e o ardor me salgou os olhos tristes...

As águas dos meus olhos marejaram,
e guardaram para sempre as tuas águas
- nelas busco, dia-a-dia, as minhas chuvas...

Sem comentários: