quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

RETRATO ESCRITO

os seus olhos eram pássaros miudinhos, a esvoaçarem a par.
e tinham asas de ouro fino, sempre em inquieto pulsar.
o céu que os sustentava era de seda rosada, iluminada a inocência.
e havia linhas graciosas, nesse céu
cor-de-pétala em perfumada ambiência,
como se desenhassem poemas
à flor-da-pele,
à flor-da-pena.
em face, cumpria-se numa papoila o jardim
que me sabia o melhor nome
e esboçava beijos feitos de vermelho ao vento

que eu colhia em ramos e abraços
e apertava ao peito
com o amor eterno de que eram feitos
os nossos laços...

1 comentário:

Unknown disse...

Um retrato sentido, vivido e sofrido na limpida lagrima, que ousa escorrer, sempre que este cofre abro e nele me debruço.
Sinto as cores, as emoções, a musicalidade calada, somente interpretada com maestria de alma maternal... a tua!

beijos

Ruth