GUARDO-TE NA ALMA
O coração é um cofre aberto.
A alma, um cofre-forte.
O coração é uma caixinha frágil, permeável e volátil, à mercê das paixões.
A alma, uma caixa-forte, inviolável e segura, guardada acima do alcance de vis e vãos sentimentos.
O coração parte-se facilmente, mas refaz-se, embrulha-se de papel de fantasia, e está pronto, para nele entrarem e sairem amores de momento certo, amizades de tempo incerto.
A alma embate e resiste, é nua de disfarces, transparente de cores, invisível de matérias. Mas os danos sofridos ficam para sempre marcados a sangue vivo, visível só por dentro, perceptível por fora apenas a roçares de íntimo querer, ou de sensíveis toques de irmandade nascida...
No coração guarda-se o amor perecível, ainda que vestido de eternidade.
Na alma guarda-se a eternidade do amor, mesmo aquele que demos a quem já pereceu... a quem já passou, e só deixou o perfume, a aura, nua de presença, mas tão cheia de luz!!
No coração guarda-se a lembrança.
Na alma guarda-se a saudade.
No coração, a esperança.
Na alma, a fé.
No coração, a dor.
Na alma, a mágoa.
No coração, a paixão.
Na alma, o amor.
O coração é volúvel.
A alma... insolúvel.
1 comentário:
Revelo-me ao Pânico
Catapultado me sinto,
Adverso ao perigo
E à misericórdia dos deuses.
Legado ao isolamento me encontro
Ostentando minha ansiedade faminta
Silenciosa e vingativa
... Enlouqueço.
Rindo feito um parvo
Meu juízo me expulsa.
Bebo na fonte da insanidade
Enfraquecendo meus neurônios livres.
Revelo-me ao pânico
Correndo em todas as direções
Em busca do caos
Ora organizado, ora sem nexo.
Caminho perdido,
Redescobrindo um mundo novo,
Um lugar incerto, inconsciente,
Onde o tempo não se faz presente.
Cá estou eu entre quatro paredes,
Refugiando-me na minha própria loucura,
Ora submetido em uma camisa-de-força,
Ora entre depósitos nauseabundos.
*(Agamenon Troyan)
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