quarta-feira, 7 de dezembro de 2016

poema para dizer que te tenho (dentro de mim)



       imagino-te em todos os lugares 
dentro do mundo
por aí
vivendo fora de mim
o mesmo segundo.

imagino-te
e é nessas viagens
dentro de mim
que reconstruo
as minhas imagens:
o perto e o certo
o assim e o sim
o aperto e o afecto.

imagino-te em todos os séculos
dos meus instantes
em todos os cantos
todos os quadrantes

e nunca te encontro
nunca estou contigo!
porque te procuro
porque te persigo?
-
se sei que o futuro
só me prometeu
um lugar no mundo
tão perto
tão perto
do lugar que é teu?
:
dentro do meu peito
num lugar estreito,
é lá que tu estás

é lá que no fundo
eu encontro a paz.


maTer

sábado, 3 de dezembro de 2016

Foi em Dezembro:


que dizer desse mês de contrastes
minha Vida
se ao oitavo dia - que bem me lembro! –
foi dia de Natal que prolongaste
por dois anos
neste mundo
...
e ao dia vigésimo segundo
ímpio arcano
o fez ser - de todos - o mês mais triste
Cruz tão fria
e me fez provar o fel que consentiste
em dar-me como bálsamo
na minha mais dilacerante sede
e agonia.


Era Dezembro.

Vede:
no lado esquerdo do meu peito
sob luz breve
tenho ainda a chaga que não nega
a cruz eterna onde me deito.

Foi em Dezembro
minha Vida:
o Natal antes do tempo...
e a despedida.

maTer
(a Diana *08.12.1985 - 22.12.1987*)