quinta-feira, 5 de janeiro de 2017



Pétalas

Do perfume que deixaste, 

meu amor,
fiz raíz, terra, haste,


céu que te devolve,
folhas onde te escrevo,
sol que nos envolve,
beijos em botão de prece,
protegendo a corola das memórias
dos frios que esquecem,
como se fossem sépalas.


De orvalhados gelos,
eu recolho as lágrimas que verto
no cálice onde macero pétalas
(as que guardo ainda
no abraço que aperto
com o laço de cetim
dos teus cabelos...)


e assim, meu amor, 
te sei essência
e te regresso 
ao limbo da existência.



maTer