ADORAÇÃO
Perdoa-me se, em dor, eu baixo os olhos
quando a luz que te cerca me trespassa
e me atinge e me faz parecer tão baça
a luz funda que filtro dos escolhos.
Não, não me peças mais que adoração,
olhar-te faz-me ver quanto depende
a luz da intensa fé que a ti me rende,
da tua refulgente aparição.
Por isso, e pelo medo que me ofusques,
quando mostras a clareza do teu rosto,
oh!... por isso eu te guardo no meu peito...
alentando os círios dos meus lustres,
adoçando as esquinas do desgosto,
iluminando o chão onde me deito!
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