sábado, 29 de maio de 2010


ALTAR


Ninguém sabe, mas no peito
Tenho um altar pequenino,
Que todo o dia enfeito
De flores frescas e saudade,
Em devoção e carinho...

Ninguém vê, mas há uma luz
A iluminar-me o caminho
E a esbater minha cruz,
De imponderável pesar,
Na sombra de um anjinho.

Ninguém diz, mas só eu sei,
Quanto me feriu o espinho
Da coroa que suportei
Na minha fronte a sangrar,
Quando te envolvi em linho...

Ninguém sabe que o sudário
Onde depus com jeitinho,
(Como em rico relicário),
O teu corpo delicado -
É meu peito, o teu bercinho...

Sem comentários: